quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O filme que me fez chorar!!


"ao sertão pernambucano
de onde nunca saí"

Sou sertanejo, de "cabo a rabo". Vez ou outra bate aquele boa e velha nostalgia. Me dá vontade de tomar aquele "rabo de galo" (cachaça, para os mais "íntimos), vontade de chorar ao rever fotos de um mundo distante, mas ainda tão próximo de mim (o sertão) e de ouvir o Mestre Lua, o eterno rei Luíz Gonzaga.
O filme Gonzaga - De Pai para Filho é lindo em tudo. O roteiro, que conta a história de dois gênios, o pai e o filho, o Gonzaga e o Gonzaga Jr., a partir de um encontro conflituoso, à princípio. A partir desse encontro, começam a se desenrolar a história do pai e, no decorrer da trama, a do filho. O pai, um retirante nordestino que foi aventurar a sorte no Rio de janeiro depois de pedir exoneração do exército, em Fortaleza. Homem sertanejo de criação rude, que acreditava que era o trabalho que fazia o cabra ser homem. O filho, um carioca do subúrbio, filho do "Rei do Baião" com uma dançarina de Cabaret, uma "mulher da vida". Ambos crescem sem estabelecerem uma relação típica de pai para filho. O pai, pondo o trabalho acima de tudo e relegando o filho a um casal de amigos que o criaram como um filho, defato. O filho, crescendo com a angústia de ter um pai ausente, embora provedor.
Ambos crescem nesse cenário de conflito. Nem mesmo o sucesso de ambos, inclusive o de Gonzaguinha, que resolve se aventurar na música após sair de casa depois de mais uma das inúmeras brigas com o pai, e se torna um dos maiores compositores populares do Brasil em sua época (e até nos dias atuais), consegue reaproximá-los. Até que um dia, encorajado por Rosinha, esposa de seu pai, na época, o filho resolve reencontrar o pai, que havia voltado ao seu sertão, e passava por uma situação de restrição econômica. Entre conflitos, desabafos e conversas, ambos selam o elo pai-filho com um abraço apertado precedido de troca de confidências e perdões. Chorei, e creio que muitos "machões" presentes naquela sessão, se não choraram, tiveram vontade.
Sertanejo é sertanejo sempre mesmo, não tem jeito! Saí do sertão há algum tempo, porém este jamais saiu ou sairá de mim. Onde eu vou, carrego ele comigo, e o bom e velho Mestre Lua, minha trilha sonora. Sempre!

henrique magalhães
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